quarta-feira, Julho 8, 2015
A inflação de junho atingiu 0,79%, o que representa uma aceleração em relação a maio, quando os preços tinham subido 0,74%.
Assim, os preços fecharam o primeiro semestre do ano com alta de 6,17%, muito acima da inflação do mesmo período do ano passado (3,75%) e o maior nível para um primeiro semestre desde 2003 (6,64%).
Em 12 meses, os preços acumularam alta de 8,89%, o maior patamar neste tipo de comparação desde dezembro de 2003 (quando tinha sido de 9,3%).
O valor está acima do limite máximo da meta do governo; o objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%).
Analistas consultados pela agência de notícias Reuters esperavam uma inflação mensal de 0,83%, e de 8,94% em 12 meses.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Loteria puxa alta de junho; cebola mais que dobra no semestre
O preço das apostas em jogos de azar (loterias) subiu 30,8% no mês, representando o maior impacto individual no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo).
Entre os alimentos, a maior alta foi da cebola, que subiu 23,8% no mês, e mais que dobrou no semestre, acumulando alta de 148%.
Economistas e BC esperam alta de 9% no ano
De acordo com a última edição do Boletim Focus, levantamento feito pelo Banco Central entre instituições financeiras, é esperada inflação de 9,04% neste ano. A projeção não para de subir há 12 semanas.
O próprio Banco Central projeta inflação de 9% neste ano, acima do limite máximo do governo.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) projetou, em abril, inflação de 7,8% para o Brasil, contra uma previsão anterior de 5,9%.
Quando a inflação estoura o teto da meta, o presidente do Banco Central precisa redigir uma carta explicando os motivos da alta.
Inflação e juros
A alta inflação de serviços tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos.
Na última reunião, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, de 13,25% para 13,75%.
Foi o sexto aumento seguido da Selic e, com ele, os juros se tornaram os mais altos desde dezembro de 2008, quando a taxa também estava em 13,75%.
A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.